Minha geração acredite, foi sem sombra de dúvida a que mais se
glorificou nesse retalho de acontecimentos no mundo atual. Ela vem dos antigos
rádios receptores super-heteródinos valvulados e que para começar a funcionar
era necessário esperar o aquecimento das referidas válvulas e hoje no
afloramento de nossa terceira idade vem acompanhando e despertando um pouco
receosos o atual tempo da tecnologia, da internet e do mundo virtual. Vimos o
passar do tempo e o progresso chegar e não temos afabilidade por esses estados
de fatos que delineia no ceio da juventude atual. Não é saudosismo mais um
processo sem confiabilidade pelo fato da inércia cultural.
A maior de nossas riquezas foi na década de 60 do século XX. Foi
uma década de muitas mudanças no mundo principalmente no que restringe a
juventude e onde aconteceram revoluções culturais, protestos juvenis e até a
liberdade sexual. Podemos dizer categoricamente que houve duas fases distintas
no decorrer dessa década a qual chamamos de “anos dourados”. Sem sobra de
dúvidas os primeiros anos (60 á 65), existiam ainda um lirismo e um sabor de
inocência e até no idealismo nessa fase. A partir de então explodiu a liberdade
dos jovens e os preceitos pelos quais si vivia, foram corrompidos um a um e
assim floriu aquilo que podemos chamar da revolução dos costumes surreais e
excêntricos. Brotaram-se músicas mais eletrizantes como o rock, twist,
elegeram-se bandas desses gêneros aos montes, podemos citar “Os Beatles” que
foi um fenômeno, assim como os “Rolling Stones”. O aparecimento de “tribos hippers”
e as indesejáveis drogas. Aqui em nosso Brasil, claro que a juventude também
entrou nesse mérito. Programas de
auditórios como “Jovem Guarda” que realmente foi o propulsor para a mudança da
juventude brasileira, trouxe a realidade do mundo lá fora.
A juventude Carpinense claro não deixou de absorver toda essa
avalanche trazida pelos meios de comunicação, principalmente pela Televisão.
Daquela pacata sonolência e provinciana houve uma transformação para uma
juventude pujante e ansiosa por inovações. Apareceram principalmente nos
estudantes grêmios, clubes como: Clube Social Esportivo “os Lobos”, CJC
(Comunidade de Jovens do Carpina), UESC (União dos Estudantes Secundários do
Carpina). Bailes nos padrões modernos, deixando os velhos boleros para o rock e
baladas. Começou-se a usar roupas e artifícios modernos. Podemos citar as
calças da marca Lee e Levis e tênis All Star, dos cigarros e bebidas: Cesterfield,
Phillips Moore, Malboro. O Gim, Wiskys Bell, Ballantines. Colônias e perfumes:
Lancaster, Chanel e etc. Tudo isso especificamente importadas. Uma época
realmente deslumbrante e efervescente.
Mais como diz o ditado: “Nem tudo que reluz é ouro”, as consequências da
liberdade sem limites forjaram uma complexidade de exageros, como notadamente a
expansão das drogas e a desenfreada liberdade sexual. Hoje já não existe mais
aquele élan que foi nutrido por toda essa cercadura de acontecimento. Hoje existe praticamente uma juventude
escravizada pelas mídias e pela tecnologia, deixando para traz um rastilho de
avidez cada vez maior pela facilidade técnica. A individualidade juvenil
tornou-se uma síndrome nefasta no uso de aparelhos tecnológicos a exemplo de
celulares, smartfones, jogos eletrônicos. Em fim a juventude não cultiva mais
as coisas naturais a ela destinadas. Uma
pena!
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